
Existem diversos benefícios em montar um plano de disaster recovery, como a proteção de dados em sistemas de Tecnologia da Informação (TI), a conformidade jurídica e a continuidade rápida do negócio caso algum desastre ocorra. Tudo isso não só protege seu patrimônio de perdas financeiras, como também garante a boa reputação da sua marca, mesmo diante dos desafios.
Só que, para que você garanta todas essas vantagens, o plano precisa prevenir, detectar e corrigir possíveis falhas o mais rápido possível.
Inclusive, de acordo com a revista Exame, o Brasil está em quinto lugar entre os países mais atacados por crimes cibernéticos em 2024! Esse cenário só reforça a necessidade de elaborar um roteiro de excelência por aí.
Foi pensando em ajudar você nessa missão que este guia foi escrito. Descubra como sua empresa pode se proteger de crimes virtuais e desastres naturais, aprendendo as etapas necessárias para elaborar um plano de disaster recovery ideal.
O que é disaster recovery?
Disaster Recovery (DR) significa, em português, “recuperação de desastres”, e nada mais é do que um conjunto de planos e ações realizados por empresas a partir de ferramentas tecnológicas e procedimentos de segurança para lidar com os impactos causados por desastres naturais ou por ações humanas, como invasões e ataques cibernéticos a sistemas.
Esse plano de disaster recovery costuma ser feito a partir de algumas etapas engenhosas, olha só!
- Planejamento: os especialistas de TI começam pela criação de um plano com análise de riscos, definição de sistemas críticos e identificação de prioridades.
- Backup de dados: em seguida, parte-se para a implementação de backups regulares e armazenamento em locais seguros, preferencialmente fora do ambiente principal.
- Infraestrutura redundante: com os dados seguros, é feita a configuração de servidores de backup ou data centers secundários para uma ativação rápida.
- Automação e testes: o uso de ferramentas automatizadas para recuperação e testes periódicos para garantir eficiência é super bem-vindo, e facilita o trabalho da inteligência humana em um plano de DR.
- RTO e RPO: por fim, os especialistas fazem a definição de tempos de recuperação (RTO) e de perda aceitável de dados (RPO), ajustados às necessidades do negócio.
Se você ainda não conhece alguns dos termos que acabou de ler, pode ficar tranquilo(a): você entenderá detalhes de cada uma dessas etapas mais adiante.
Mas por que as empresas buscam essa solução?
O planejamento de DR nos sistemas de TI é fundamental para qualquer empresa que queira garantir a continuidade das operações e a recuperação de dados o mais rápido possível após uma crise.
Por exemplo, imagine que seu negócio desenvolveu um site para uma loja de eletrônicos que, por sua vez, sofreu um ataque cibernético através de um malware que invadiu o sistema, roubando dados dos clientes, inclusive informações financeiras.
O site, então, sai do ar por algumas horas, e os clientes que tentam acessá-lo não conseguem realizar compras, ou seja, além do impacto financeiro para a empresa cliente, também há prejuízos à reputação da marca.
Isso sem contar que o seu próprio negócio pode ser prejudicado, pois a loja pode querer desfazer a parceria. Agora, com um plano de disaster recovery bem elaborado desde o início, seria possível prever possíveis ataques e minimizar essas consequências.
E não são só os problemas com vírus que o DR ajuda a tratar, viu?
Quais os problemas que um plano de disaster recovery pode resolver?
Dá para encher uma mão com os problemas que podem acontecer na sua organização e que seriam rapidamente resolvidos com um bom planejamento de DR!
- Falhas na segurança: ataques cibernéticos, como invasões no sistema, que podem ocasionar roubos, corrupção ou exposições de dados.
- Falha em software e hardware: problemas em servidores, discos rígidos, roteadores, erros de atualização ou incompatibilidade de sistemas que podem paralisar operações e corromper dados.
- Erros humanos: funcionários podem ser alvos de ataques ou cometer erros que expõem ou excluem dados, causam perda de arquivos, alterações não planejadas ou acessos não autorizados.
- Queda de energia: uma intempérie como essa pode desligar servidores, redes, data centers e outros dispositivos essenciais. Ao retornar à normalidade, os picos elétricos podem danificar equipamentos, como placas-mãe e fontes de alimentação.
- Desastres ambientais: furacões, terremotos, tsunamis e enchentes podem danificar equipamentos e causar interrupções prolongadas, impactando as operações por dias ou semanas.
Em todas essas situações, você precisa saber o que fazer para minimizar as falhas, e a melhor saída é usar algumas tendências tecnológicas nesse planejamento. Um bom exemplo é optar pelo armazenamento em nuvem para registro de dados, já que essa tecnologia facilita a recuperação de informações em caso de incidentes.
8 beneficios do disaster recovery em TI
Um plano de disaster recovery em TI prepara sua empresa para possíveis incidentes, minimizando riscos e impactos, mas as vantagens não param por aí!
Confira quase uma dezena de benefícios – que servem como motivo para você começar a montar o seu hoje mesmo.
1. Conformidade jurídica
As legislações mais recentes e também as normas de privacidade de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), exigem das empresas que lidam com um grande volume de informações um planejamento para recuperação de desastres, e o descumprimento dessas normativas pode resultar em violações e multas significativas.
É o que diz o art. 46 da LGPD!
Art. 46. “Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito.”
Uma saída, nesse sentido, é optar pela automação de processos com uma API de assinatura eletrônica, por exemplo, que auxilia na autenticação de documentos online com validade jurídica, garantindo a segurança das informações.
2. Continuidade das operações
Em uma crise, a produtividade da equipe costuma ser reduzida devido ao acesso limitado às ferramentas tecnológicas necessárias para o trabalho. Um bom plano de DR permite a restauração rápida dos acessos, estabilizando a operação e evitando perdas.
3. Proteção de dados
Um plano que envolva a autenticação de dois fatores, por exemplo, pode garantir uma segurança extra de dados organizacionais, evitando a perda permanente de dados por meio de backups regulares.
Esses backups podem ser realizados utilizando armazenamento em nuvem e gestão de documentos em plataformas online, reduzindo o risco de perda irreversível de informações críticas, como dados transacionais, financeiros e operacionais.
4. Confiança da clientela
Os clientes, parceiros e investidores certamente terão mais confiança em uma empresa que demonstra a capacidade de proteger seus dados. Assim, é possível proteger a reputação do seu negócio e manter boas relações com os stakeholders.
5. Menores riscos de perder negociações e parcerias
Um bom plano de recuperação de desastres reduz o impacto financeiro e os riscos de negócio, evitando perdas de negociações, vendas e contratos, já que, mesmo sob alguma ameaça, a equipe de TI tem, em mãos, as orientações necessárias para lidar com o problema de forma rápida.
6. Redução de custos de operação
Embora o planejamento inicial envolva investimentos em ferramentas e processos mais seguros, esses custos são compensados pela redução de prejuízos financeiros associados à paralisação do negócio, perda de dados ou tempo de recuperação no caso de incidentes.
7. Vantagem competitiva
No caso de uma interrupção das operações, sua empresa consegue se recuperar rapidamente, enquanto concorrentes podem enfrentar dificuldades prolongadas por não contar com esse planejamento de emergência, o que garante maior competitividade da sua marca no mercado.
8. Melhorias contínuas no setor
Os planos de DR incluem simulações e testes regulares por parte da equipe de TI, o que permite identificar vulnerabilidades e aprimorar constantemente a segurança e a eficiência das operações.
São boas vantagens, né? Então, sem mais delongas, aprenda agora tudo o que não pode ficar de fora do seu DR plan.
O que considerar ao elaborar um plano de disaster recovery?
Um bom plano de disaster recovery deve garantir a prevenção, detecção e correção dos problemas relacionados às causas dos incidentes. Cada uma dessas etapas desempenha um papel fundamental na resiliência da organização.
Na prevenção, os riscos são reduzidos antes de se tornarem problemas. Nesse caso, é indicado manter backups regulares e seguros dos dados, redundância de sistemas e práticas robustas de segurança.
Na detecção, você precisa garantir que os problemas sejam identificados o mais rápido possível, minimizando a inatividade e os impactos do negócio, enquanto a correção assegura que, após a ocorrência de um problema, os sistemas sejam reparados de forma rápida e eficaz, reduzindo interrupções.
Nesse caso, evitar uma má gestão de documentos utilizando plataformas online eficientes e um armazenamento em nuvem alinhado ao seu plano de recuperação e às regras de segurança pode ajudar no processo.
Como montar um plano de disaster recovery?
O seu plano deverá descrever todas as ações que precisam ser realizadas em caso de um desastre, bem como seus riscos e seus impactos. Dessa forma, é essencial considerar algumas estratégias, a exemplo das duas métricas fundamentais no DR, o Recovery Time Objective (RTO) e o Recovery Point Objective (RPO).
- Recovery Time Objective (RTO): essa métrica vai determinar o tempo máximo aceitável para restaurar sistemas e operações.
- Recovery Point Objective (RPO): é a definição do volume de dados que pode ser perdido sem comprometer o negócio, indicando a frequência de backups necessária.
Essas métricas devem ser utilizadas para determinar os objetivos de recuperação e guiar as ações do plano, que deve ser montado com base nas 11 etapas fundamentais elencadas abaixo.
Etapas | O que fazer? |
1. Identificação de riscos e ameaças | Preveja possíveis cenários que podem causar interrupções no negócio, bem como seus respectivos impactos. |
2. Inventário | Documente todos os recursos de infraestrutura e humanos necessários para que a organização funcione. |
3. Classificação de dados | Identifique quais dados são críticos e estabeleça prioridades para a recuperação considerando seus impactos. |
4. Definição de objetivo | Determine se seu objetivo é resolver as crises no menor tempo possível (RTO) e/ou delimitar a frequência com que os backups acontecem para perder o mínimo de informações possíveis em caso de ataques (RPO). |
5. Backups | Estabeleça uma rotina de backup, com armazenamento em nuvem e gestão de documentos em plataformas onlines, e certifique-se de que fornecedores de serviços em nuvem ou data centers atendam às necessidades de segurança e desempenho da organização. |
6. Responsabilidades | Defina uma estrutura clara de responsabilidades, delegando as equipes de TI responsáveis por cada etapa. |
7. Comunicação | Crie um canal de comunicação para informar stakeholders durante uma crise – pode ser o e-mail, WhatsApp ou mesmo ligação, em casos mais críticos. |
8. Testes | Realize testes regulares do plano para validar se ele funciona, e identifique pontos fracos, atualizando-o se necessário. |
9. Documentação | Documente detalhadamente todas as etapas, garantindo a acessibilidade ao plano em tempos de crise. |
10. Treinamento | Treine seus colaboradores a partir de workshops ou simulações para que eles sigam os procedimentos estabelecidos. |
11. Revisão | Reavalie o plano regularmente para adaptá-lo às tendências tecnológicas, de infraestrutura ou regulamentações. |
No mais, esteja sempre atento(a) às inovações de processos de segurança e aos pacotes de assinaturas oferecidos por empresas para gestão de documentos ou armazenamento em nuvem, facilitando o desenvolvimento de um plano de disaster recovery menos complexo e mais eficaz.
Lembra daquele ditado que diz que “prevenir é melhor do que remediar”? Nesse caso, você pode fazer os dois! Hora de montar o plano: desenvolva-o ou apresente os benefícios de criá-lo ao seu gestor e seja o responsável por uma operação mais segura todos os dias.
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